A mama é considerada símbolo de feminilidade e sexualidade, e a amputação da mama (mastectomia) para o tratamento do câncer mamário pode ocasionar importantes distúrbios psicológicos. A reconstrução mamária devolve à mulher a forma e volume da mama, melhorando a autoestima e a qualidade de vida.

Há três opções principais de cirurgia: reconstrução com retalho TRAM (retalho é qualquer porção de tecido (pele, músculo e/ou gordura) que pode ser transferido de um local a outro do organismo, mantendo-se um pedículo pelo qual ele é vascularizado), reconstrução com retalho do músculo grande dorsal e reconstrução com expansor de tecido e prótese de silicone.

No retalho TRAM utiliza-se pele, gordura e músculos da região abdominal para a reconstrução. Está indicado para o reparo de mamas de tamanho médio ou grande. A paciente também precisa ter algum tipo de sobra de pele no abdome, caso contrário não é possível sua realização. Esta técnica pode ser feita no momento da mastectomia ou tardiamente após o término da quimioterapia e/ou da radioterapia. O tempo de internação varia de 3 a 4 dias e o retorno às atividades leves se dá por volta de 3 semanas. Uma das vantagens deste método é que, além de proporcionar uma boa quantidade de tecido, não há necessidade de utilizarmos prótese de silicone e, portanto, a mama reconstruída fica com uma consistência muito próxima da mama preservada. É uma cirurgia que além da reconstrução mamária melhora a aparência do abdome.

O retalho do músculo grande dorsal é o método de reconstrução mamária utilizado principalmente em pacientes magras que não oferecem quantidade de tecido abdominal suficiente para uma reconstrução pelo retalho TRAM.

Nesta cirurgia leva-se tecido das “costas” (região dorsal) para a região mamária e na maioria dos casos acrescenta-se também uma prótese de silicone. Este procedimento geralmente dura de 4 a 5 horas e a paciente permanece no hospital de 2 a 3 dias. O retorno à maioria das atividades ocorre em torno de 2 a 3 semanas. A cirurgia resulta em uma cicatriz no dorso horizontal que pode ser escondida pelo sutiã ou roupa de banho, além de outras cicatrizes na mama reconstruída. O uso dos expansores de pele tem como principal indicação as pacientes magras, com a mama sadia de tamanho pequeno ou médio e que perderam pouca pele durante a retirada da mama com o tumor. Os expansores são próteses de silicone “murchas” que são colocadas abaixo da pele e dos músculos da região a ser reconstruída.

Elas possuem uma válvula por onde se injeta soro durante os primeiros 2 ou 3 meses do pós-operatório, até que se atinja o volume esperado, ou seja, um tamanho semelhante ao da mama preservada. Após a completa expansão dos tecidos, realiza-se a troca do expansor por uma prótese mamária definitiva. Após a reconstrução mamária, por qualquer que seja a técnica, é possível ainda realizar uma plástica na mama normal, objetivando-se assim atingir um grau máximo de simetrização. O mamilo e a aréola serão reconstruídos na sequência.